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Senhores dos céus

Alexander Kellner, um dos mais importantes paleontólogos do Brasil
© Divulgação

Um paleontólogo é um cientista que estuda a vida do passado do planeta Terra, incluindo os fósseis de humanos, mas de um ponto de vista paleobiológico. Ele deve possuir conhecimentos em Geologia e Biologia, e estuda os fósseis para investigar como eram os organismos e os ecossistemas do passado geológico da Terra. Ele estuda os fósseis, também, para perceber como estes se formaram e como podem ser usados para a datação relativa dos estratos rochosos em que ocorrem. Para investigar a vida do passado da Terra e estudar os fósseis é necessário conhecer bem a geologia dos locais onde estes ocorrem e a biologia dos organismos que lhes deram origem. Diferentemente de como muitas pessoas pensam, o trabalho de um paleontólogo não é nada fácil, principalmente na parte da limpeza dos fósseis e de outros materiais coletados, pois requer muito cuidado e delicadeza. Podemos dividir o trabalho de um paleontólogo em quatro etapas. Sendo elas:

1. Descobrir onde há uma jazida.
Mapa geológico do Brasil

É imprescindível contar com informação geológica da zona onde se imagina que possa existir uma jazida de fósseis. Normalmente, os paleontólogos buscam terrenos ricos em rochas sedimentares. Nas zonas com rochas vulcânicas, é quase inútil buscar fósseis. Se predominam as rochas metamórficas, é possível que fósseis sejam encontrados nelas, dependendo da intensidade do metamorfismo que sofreram, do tipo de rocha original, etc. Para localizar as jazidas de uma zona, é importante analisar os mapas geológicos dos arredores. Com esses mapas pode-se saber onde estão os lugares em que podem ser encontradas rochas sedimentares que poderiam conter fósseis. O paleontólogo e qualquer pessoa que saia a campo deve cumprir as normas básicas de conservação da natureza. Acima de tudo, é preciso agir como um cientista que respeita o ambiente e tomar todas as notas necessárias para que assim a coleta seja útil. De pouco serve um fóssil se não são anotados todos os dados do lugar onde foi encontrado.

2. Trabalho de campo.
Trabalho de campo da equipe do paleontólogo Philip Gingerich, no Uádi hitan - Saara
© Revista National Geographic

Óculos de proteção e luvas não podem faltar na hora de ir a campo, pois, é normal que ao desprender rochas com uma picareta de geólogo, pequenos fragmentos saltem. é bem habitual golpear rochas para ver se há fósseis no interior delas. Ao serem localizados, é feita a limpeza in situ (expressão latina que significa no lugar) dos fósseis com um pincel de cerda dura. Todos os achados são devidamente rotulados, indicando o lugar de escavação, o estrato em que aparecem, a data e o nome do paleontólogo que os encontrou.

3. Conservando os fósseis.
Fósseis sendo armazenados.
© Revista National Geographic

Depois de coletados, os fósseis devem ser devidamente marcados. Um número pode ser atribuído a cada exemplar, para a marcação usa-se um líquido corretor sobre o qual será escrito o número. Já os fósseis menores têm de ser preparados sobre um porta-objeto especial. Os rótulos são diretamente colados no porta objeto. Na hora do armazenamento pode-se usar as tradicionais caixas de naturalista, que são uma boa solução para pequenas coleções, mas não bastam para os grandes conjuntos de fósseis e muito menos para as peças de tamanho médio ou grande. Nos laboratórios de paleontologia, os fósseis são preservados em grandes armários com gavetas, estantes com caixas, etc.

4. Limpeza dos fósseis.
Preparação de fósseis
© Departamento de ciências da Terra/ Universidade de Coimbra

Este é talvez o processo mais difícil para os paleontólogos. Geralmente quando se coleta os fósseis, estes vêm com restos de areia e partículas que precisam de um processo específico para serem retiradas. Para isso usa-se um pincel com cerdas de dureza média justamente para que essas partículas sejam retiradas. Utilizando-se uma escova molhada com vinagre, é possível retirar o calcário restante, mas, esse é um trabalho que deve ser realizado com muito cuidado para não danificar a peça. Deixa-se o fóssil em repouso para que o vinagre possa agir (não convém deixar o vinagre agir por muito tempo porque pode também danificar o fóssil). Após um certo tempo de-se lavar com água em abundância. Com a escova de dentes seca, retiram-se os restos. Depois de lavar o fóssil, deve-se deixar secar ao ar. Uma vez seco, devolvê-lo para a caixa onde será conservado.

Como vocês viram, o trabalho de um paleontólogo não é moleza. Por isso é muito importante respeitar o patrimônio paleontológico, já que os fósseis tratam-se das únicas pistas que os cientistas dispõem para reconstruir a história da Terra e para datar os estratos. Não são também simples pedras. Por isso a coleta de fósseis no campo não será uma boa prática se a pessoa que a realizar não for especialista, no caso o paleontólogo. Dados científicos de valor incalculável poderiam ser perdidos. O dia do paleontólogo é comemorado em 07 de Março.

Referências:
  • Wikipédia pt.
  • Enciclopédia do Estudante vol.3 : Ciências da Terra e do universo. Editora Moderna

2 comentários:

  1. Olá amigo, gostaria de saber se poderia postar sobre a era do gelo, mas precisamente a dos mamutes. Pesquisei muito mas não encontrei muito sobre a fauna pequena, alem de não conseguir informações sobre o habitat de tais.
    Agradecido desde já

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    Respostas
    1. Está ótimo. Já estou encaminhando a postagem, qualquer pedido a mais é só avisar.

      Abraços,

      Rárisson Jardiel

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