Uma Megafauna brasileira

O estudo da Megafauna ajuda não só a entender como as formas de vida se desenvolveram, mas também o clima da região, como o Nordeste virou semi-árido

Concepção artística da Megafauna brasileira

© Marcelo e Tânia Viana / Mário Dantas

Uma das faunas que mais me impressionam (além dos Dinossauros) é, sem dúvida, a Megafauna, um bioma de mamíferos gigantes que apareceram após a extinção dos grandes lagartos. Eram seres diferentes e ao mesmo tempo semelhantes ao que vemos hoje, e foram a partir deles que se desenvolveram os animais atuais. Ficaram mais famosos ao protagonizar o filme "A Era do Gelo", um grande sucesso dos cinemas, e que retrata um número significativo de espécies que viveram naquela época. Se tornam muito interessantes porque além de terem dividido espaço com o homem, estes seres despertam a imaginação de qualquer pessoa. Viveram por todo o mundo e, de fato, o dominaram por um certo tempo; entretanto, muitos não sobreviveram à Era Glacial, apesar de não termos esse evento como a causa da extinção desse animais, apenas um fator que contribuiu. Vocês sabiam que tivemos a nossa Megafauna? Isso mesmo! Em Itapipoca, cidade localizada no Norte cearense, tivemos vários achados, das mais diversas criaturas. Nesse post vamos conhecer um pouco mais do nosso patrimônio paleontológico.

© Science Blogs

Esses fósseis são encontrados, principalmente, nos chamados tanques naturais, que são depressões que se formam nos lajedos rochosos, lembrando grandes piscinas mas também podem ocorrer nos sedimentos das lagoas, rios e cavernas. As descobertas são quase sempre ocasionais por pessoas leigas do campo, quando fazem alguma obra que envolva escavação nos depósitos fossilíferos. Com milhares de peças fósseis encontradas, em maio de 2005, a Prefeitura Municipal de Itapipoca, na gestão do Prefeito João Ribeiro Barroso, iniciou um amplo programa de valorização do patrimônio pré-histórico do município, com a contratação do Paleontólogo Celso Ximenes para coordenar as atividades; a criação do Departamento de Patrimônio Pré-histórico, vinculado à Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto, que tem à frente da pasta o Secretário Paulo Maciel Júnior; e a criação do Museu de Pré-história de Itapipoca – MUPHI, que atualmente, coordena todas as atividades paleontológicas na cidade.

O estudo da Megafauna ajuda não só a entender como as formas de vida se desenvolveram, mas também o clima da região, como o Nordeste virou semi-árido. Dentre milhares de achados, algumas das principais espécies descobertas no município itapipoquense são:

• Eremotherium ou Preguiça Gigante: Esse parente das preguiças foi o maior mamífero terrestre que já viveu no Brasil. Andava sobre as quatro patas, mas podia se erguer sobre as patas traseiras para alcançar as folhas mais altas de uma árvore.

© Wilkson Carvalho

• Gliptodonte: Era um parente dos tatus. Possuía uma carapaça óssea que se constituía numa verdadeira armadura. Ganhou fama após protagonizar o filme "A Era do Gelo".

© Revista Recreio - Megaferas

• Smilodon ou Tigre Dentes-de-Sabre: Esse felino pré-histórico é um dos mais comuns e conhecidos animais da Megafauna. Possuía os dentes caninos superiores na forma de uma faca curva, com 30 cm, ficavam expostos mesmo com a boca fechada.

© Maurílio Oliveira

• Macrauquênia: Esse animal lembrava um camelo sem a corcova. Possuía uma pequena tromba no focinho, que se acredita que era usada como respiradouro para atravessar rios e lagoas.

© Wikimedia Commons

• Toxodonte: Era semelhante a um hipopótamo, de hábitos anfíbios (vivia em terra e na água). Possuía as patas dianteiras bem menores que as traseiras e os dentes incisivos inferiores no formato de uma pá, que se acredita que era para revolver os fundos das lagoas e rios em busca de comida.

© Rodrigo Vega

• Mastodonte: Este é um parente conhecido dos atuais elefantes, sendo bastante semelhante aos mesmos. Possuía os dentes caninos superiores bastante desenvolvidos, chamados de presas 

© Wilkson Carvalho

Fontes:

• Animais Pré-históricos de Itapipoca, Celso Lira Ximenes.