© Rárisson Jardiel
O Basilosaurus é de fato uma baleia primitiva, mas também exibe dois frágeis membros posteriores, cada qual do tamanho da perna de uma menina de 3 anos, se projetando de seus flancos. Essas pernas encantadoras e diminutas - perfeitamente formadas porém inúteis, pelo menos para facilitar o deslocamento - são uma pista crucial para entendermos como as baleias modernas, essas máquinas bem adaptadas à natação, podem ser descendentes de mamíferos terrestres que antes caminhavam com quatro patas. Gingerich devotou grande parte de sua carreira a explicar tal metamorfose, possivelmente a mais intrigante do reino animal. E, ao fazer isso, mostra que as baleias, um dia celebradas pelos criacionistas como o melhor indício contra a evolução, talvez sejam a comprovação mais elegante do processo darwiniano.
Quadro da possível metamorfose das baleias
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O uádi Hitan - literalmente, "vale das baleias" - revela uma fantástica abundância dessas pedras de roseta da biologia. Nos últimos 27 anos, Gingerich e seus colegas descobriram ali restos de mais de mil baleias, e um número ainda maior pode ser achado. No acampamento, encontramos vários membros da equipe de Gingerich que também haviam acabado de chegar de seus locais de pesquisa.
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O Pakicetus foi o ancestral comum a todas as baleias
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O ancestral comum das baleias e de todos os outros animais terrestres era um tetrapóde com formato de salamandra e cabeça achatada que se arrastou desde o mar até um terreno pantanoso há cerca de 360 milhões de anos (...)
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