Tapejara wellnhoferi - PaleoPost Brasil - Paleontologia brasileira

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Senhores dos céus


© Mark Vitton

Tapejara wellnhoferi foi um pterossauro brasileiro do período Cretáceo e que trouxe algumas surpresas junto com a sua descoberta. Com 1,5 m de envergadura ele não foi um grande pterossauro. Pertence ao grupo tapejaridae, onde são incluídos os pterossauros com algumas características em comum, bem como a presença de uma fenestra nasoantorbital bem desenvolvida, uma crista que se estende do seu bico até a parte posterior da cabeça (ex: TupuxuaraTapejara imperator). Em Tapejara w. a crista também abrangia a parte inferior de seu maxilar. Alguns cientistas especulam que essas crista tivesse servido para voar por entre as florestas fechadas da Chapada do Araripe.
© Joe Tucciarone

O primeiro fóssil foi encontrado no Ceará, mais especificamente na região do Cariri em 1989. A região antigamente era repleta de lagos, rios, mares, e florestas. Esse aspecto fez da região um importante sítio arqueológico, onde já foram encontrados milhares de fósseis de animais e plantas. Os pterossauros são bem comuns no Araripe, várias espécies já foram catalogadas. Quando o primeiro fóssil do Tapejara w. foi encontrado não se sabia ao certo se "aquilo" pertencia realmente à algum animal. Porém, Alexander Kellner notou algo diferente e resolveu examinar aquele nódulo. Depois de toda um preparação, ficou claro que aquele nódulo era um crânio de pterossauro, que era bem diferente por sinal. Era desprovido de dentes e possuía também uma enorme abertura (fenestra nasoantorbital) a frente da órbita. Naquele momento nascia um novo grupo de pterossauros e também uma nova espécie. Junto com sua descoberta veio também uma dúvida: Qual seria a dieta do Tapejara w.?
Crânio de Tapejara wellnhoferi
© Schaedel-Rekonstruktion

Como era desprovido de dentes e seu crânio não era propício à captura de peixes, pensaram: "Do que será que ele se alimentava?". Seu bico possuía uma ponta que se estendia um pouco a frente, Kellner pensou então que, talvez, Tapejara w. se alimentasse de frutas, nozes, ou pinhas já que a região do araripe era rica em árvores angiospermas. Mas isso ainda era muito pouco para firmar a tese de que esse pterossauro seria frugívoro. Levando em conta que é muito raro um fóssil vir com sinais claros de sua dieta, como por exemplo um pterossauro com fósseis de peixes na regão do abdômen ou no bico, podemos fazer comparações com espécies atuais, pois, alguns animais ainda partilham características com seus ancestrais. Tendo base nessa ideia, Tapejara w. partilha características com algumas espécies de morcegos que são frugívoros. Ainda existem muitos céticos quanto ao assunto pois ainda é um enigma a verdadeira dieta do Tapejara.
Santanaraptor e Tapejaras
© Maurílio Oliveira

Dados do pterossauro:


Nome científico: Tapejara wellnhoferi
Tamanho: 1,5 m de envergadura
Onde viveu: Ceará, Brasil
Quando viveu: Período Cretáceo
Dieta: Frugívoro

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